A clareira estava envolta por uma luz pálida e espectral, o brilho prateado da lua cheia refletia nas folhas molhadas, lançando sombras que pareciam dançar entre os membros da alcateia. O ar estava frio, carregado de cheiro de terra e musgo, e o silêncio era quebrado apenas pelo som ocasional de ramos se partindo sob o peso dos lobos que se aproximavam. Cada passo ecoava com firmeza, cada respiração era pesada, quase ritualística.
Todos os membros estavam reunidos em círculo, alguns transformados em lobos completos, outros em formas intermediárias, os olhos brilhando na penumbra da noite. Os pelos eriçados, o hálito visível no ar frio, a postura tensa de cada lobo indicava a seriedade do momento. A tensão era quase tangível, e Marina podia senti-la atravessando o chão úmido como se cada gota de chuva carregasse o peso de todos os julgamentos silenciosos ali presentes.
No centro, Marina estava de pé, ereta e firme, os braços cruzados sobre o peito. Suas roupas simples, calça preta jus