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🌕 Capítulo 4 — As Primeiras Ameaças

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🌕 Capítulo 4 — As Primeiras Ameaças

A lua cheia se erguia sobre as árvores como um olho prateado, vigiando a floresta silenciosa.

Era noite em Drakemont, e algo estava à espreita.

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No quarto de Marina...

Ela estava sentada na cama, lendo um dos livros da livraria de Isla. Mas sua mente estava longe. Seus dedos passavam pelas páginas sem realmente absorver as palavras. Desde o confronto com Lysandra, sua paz — já frágil — havia sido completamente destruída.

Uma parte dela queria correr daquela cidade.

A outra... queria entender por que sonhava todas as noites com aquele homem-lobo.

E por que seu corpo respondia com calor quando ele a olhava.

“Isso não é normal. Ele não é normal. E eu também não sou mais.”

Um barulho.

Vidro estalando.

Marina congelou.

Ela olhou para a janela e, por um breve instante, pensou ter visto algo... um vulto. Mas a cortina balançou com o vento, e a escuridão engoliu a imagem.

Então veio o cheiro. Ferroso. Quente. Animal.

Ela se levantou devagar, indo até a janela.

Silêncio.

De repente, algo quebrou a porta do quarto com força brutal.

Uma loba.

Não qualquer loba — uma fêmea transformada, meio-humana, meio-animal. Os olhos brilhavam em amarelo. Os dentes, expostos em um rosnado assassino.

Marina caiu para trás com um grito, tentando fugir, mas a criatura a alcançou e a empurrou contra a parede. Garras roçaram sua pele, rasgando sua blusa, arranhando sua clavícula.

— Ele nunca vai ser seu! — a loba rosnou em um meio-rugido. — Você é fraca. Uma vergonha. Vou acabar com você agora.

O mundo girava. Marina tentava gritar, mas o medo a paralisava. Ela se encolheu, esperando a dor final...

E então a parede explodiu.

Kieran atravessou o quarto como uma tempestade. Seus olhos brilhavam em ouro puro. Os músculos estavam tensionados, o peito arfando. A presença dele enchia cada centímetro do espaço com pura fúria.

Num único movimento, ele agarrou a loba e a arremessou contra a parede oposta. O impacto foi brutal. A mulher caiu no chão, nua, sangrando — humana novamente.

Era uma das sentinelas da alcateia. Uma das devotas de Lysandra.

Kieran se ajoelhou ao lado de Marina.

— Marina! Olhe pra mim!

Ela tremia, os olhos arregalados.

— O que... o que era aquilo? — ela sussurrou, os lábios tremendo.

Ele a envolveu com o corpo, protegendo-a como se pudesse esconder o mundo.

— Um erro. Um crime. Mas você está segura agora. Comigo.

Ela enterrou o rosto no peito dele. Chorou como há muito não chorava. Mas havia algo diferente naquele choro. Não era medo. Era libertação.

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Horas depois, na clareira sagrada

Marina acordou no meio da floresta. Estava deitada em uma tenda improvisada. Kieran estava ao seu lado, os braços em volta dela, protegendo-a mesmo dormindo.

Ela o observou em silêncio.

O corpo nu, coberto por arranhões que já começavam a cicatrizar. O peito subindo e descendo lentamente. O cabelo desgrenhado, a barba por fazer.

Ele parecia um deus selvagem.

Mas havia doçura ali também. E paz.

Quando ele abriu os olhos, os dois se encararam por um longo instante.

— Onde estamos? — ela perguntou com a voz rouca.

— Em território neutro. Lugar sagrado da alcateia. Ninguém pode te tocar aqui.

Ela se sentou, puxando a manta sobre o corpo. Kieran estendeu a mão, mas não a tocou.

— Você salvou minha vida — ela disse, baixando os olhos. — Eu devia agradecer... mas tudo isso ainda me assusta.

Ele assentiu.

— Vou te contar tudo. Agora, sem meias palavras.

E ele contou.

Sobre o que era. Sobre o imprinting. Sobre como seu lobo a escolheu no momento em que a viu. Sobre a ligação que os unia — algo instintivo, profundo, impossível de romper.

— Não é um feitiço — ele disse. — Não é magia. É natureza. Selvagem. Primordial. Quando o lobo encontra sua outra metade, tudo muda. O mundo muda.

Ela engoliu em seco.

— E se eu não quiser isso?

— Você pode recusar. — Ele a olhou nos olhos. — Mas eu nunca vou embora. Estarei sempre por perto. Não por obrigação. Mas porque eu quero. Porque eu escolhi você.

Ela sentiu algo se partir dentro de si.

Uma muralha.

Uma pequena, quase imperceptível rachadura.

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Diálogo profundo (no fim da conversa)

> Marina (sussurrando): "Você fala como se eu fosse... inteira. Como se não estivesse em pedaços por dentro."

Kieran (segurando o olhar dela): "Até os cacos brilham sob a luz da lua. E o meu lobo... ama cada parte sua. Mesmo as quebradas."

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Mais tarde, Marina dormia, exausta, enquanto Kieran vigiava a entrada da tenda, nu, coberto por sombras e luar.

Mas à distância, olhos observavam.

Thorne, o lobo exilado, estava ali. Sorrindo na escuridão. O corpo marcado por cicatrizes. A alma tomada por vingança.

— Ah, Kieran... — murmurou. — Vai ser um prazer arrancar essa humana de você. E vê-lo cair... como seu pai deveria ter caído.

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