O ar dentro do pequeno escritório parecia denso, como se cada palavra dita tivesse peso suficiente para pressionar as paredes de pedra reforçadas. O lugar fora projetado justamente para isso: conversas privadas, de urgência e sigilo. Ali, longe dos olhos curiosos da vila, apenas a respiração e os corações dos presentes quebravam o silêncio que antecedia a tensão.
Kieran mantinha-se de pé, imóvel, os braços cruzados sobre o peito. Sua postura ereta lembrava a de um guerreiro à beira da batalha, mas os olhos dourados faiscavam com algo mais profundo do que raiva: era medo, preocupação. Marina percebia isso. Ela, sentada mais afastada, observava atentamente a interação dos lobos — três forças diferentes, três personalidades colidindo no mesmo espaço.
Darian, sentado em uma cadeira robusta, de madeira escura, acompanhava os movimentos do filho mais velho. Sua expressão era de quem carregava a experiência de uma vida inteira de liderança, mas também a dor de ver sua alcateia à beira do