SAVANA
O sol da tarde já tinha perdido a pressa quando decidi tirar Amber da frente da televisão e levá-la para o pasto.
Depois de um dia cheio — reuniões, ajustes no galpão, treinamento de Relâmpago —, tudo que eu queria era um pouco de silêncio que não pesasse. E nada acalma mais do que o som ritmado de um cavalo caminhando entre cercas e vento.
Amber correu até a cerca com as tranças balançando, a alegria leve de quem tem o mundo inteiro pela frente.
— Mãe! Posso ir no meu cavalo? — perguntou, já sabendo a resposta.
— Hoje sim, mocinha. Mas devagar — avisei, mesmo sabendo que ela ia querer correr. — A gente vai até a parte baixa do pasto, só pra passear.
Ela vibrou, pulando no lugar.
— Oba! Oba! Oba!
Enquanto ela corria para buscar o capacete, eu fui até o estábulo. Relâmpago, ainda suado do treino da tarde, descansava no box, com o olhar atento e calmo de quem sabia que fez bonito.
— Não é você hoje, campeão — falei, passando a mão no pescoço dele. — Hoje a estrela é outra.
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