Paulah
Eu não quero fazer isso, e não esperava que me pedisse tal coisa, mas aqui estou, sentada no sofá do escritório de Benício, com ele parado à minha frente, imponente como sempre, segurando o telefone na mão e me encarando com uma expressão que não aceita discussões.
— Você vai ligar para o contratante... O tal governador agora, Paulah. — A voz dele é firme, sem espaço para negociação. — Diga que voltou ao Brasil por questões pessoais e que lamenta não ter concluído o trabalho.
— E se eu me recusar? — pergunto o desafiando.
Ele inclina a cabeça, um sorriso frio brincando nos lábios.
— Não vai se recusar!
Eu suspiro, me sentindo muito pressionada. Ele não me deu escolha desde o início, e isso não seria diferente.
— E o que eu ganho com isso, Benício? — pergunto, tentando ganhar tempo.
Ele dá de ombros, como se a resposta fosse óbvia.
— Ganha a chance de não complicar ainda mais sua situação.
O telefone está na minha mão antes que eu perceba, e ele digita o número, colocando no vi