O caminho de volta foi em silêncio. Mas não daqueles pesados, que dão vontade de puxar assunto só pra preencher espaço. Era outro tipo. Um silêncio cheio, carregado do que não foi dito no restaurante, como se cada palavra ainda estivesse presa no ar, entre nós dois.
Mantive os olhos na estrada, o volante firme nas mãos, mas minha atenção estava nela. Isabela, encostada no banco, olhando pela janela. O sol batia de lado, marcando os traços dela, e eu me peguei decorando cada detalhe. Estranho como o simples fato de ela estar ali, quieta, me trazia paz. Paz… e um fogo maluco, queimando por dentro. Quando estacionei no pátio da empresa, não desliguei o carro de imediato. O motor ainda roncava baixo, como se me desse alguns segundos a mais pra decidir se eu ia me segurar… ou não. Respirei fundo, soltei devagar e, antes que ela pudesse se mover, estendi a mão. Toquei a dela. Meus dedos fecharam sobre a pele dela, firme, quente,