Me acomodei melhor no banco, respirando fundo, tentando me recompor depois de ter dito mais do que costumo. Isabela ainda estava quieta, mas não era aquele silêncio desconfortável, parecia que ela estava digerindo cada palavra que eu tinha jogado ali.
Resolvi quebrar o clima antes que ela se escondesse atrás de frases curtas.
— Então me conta, Isabela... quem é você além da funcionária dedicada que eu conheci hoje? — perguntei, inclinando a cabeça em sua direção.
Ela arqueou a sobrancelha, soltando um riso curto, quase tímido. — Quem eu sou? Essa pergunta é complicada...
— Eu gosto de perguntas complicadas — respondi, cruzando os braços, deixando claro que não ia deixá-la escapar fácil.
Ela suspirou, ajeitou uma mecha de cabelo atrás da orelha e acabou cedendo. — Bom... sou a filha mais velha, a responsável por segurar as pontas em casa. Minha vida sempre foi meio corrida. Trabalho, estudo... não sobra muito tempo.
— E os amigos? — insisti, curioso. — Tem alguém que sempre está por pe