Mundo ficciónIniciar sesiónP.O.V - JULIE
Eu estava atormentada pelos meus sonhos, estava vivendo aquilo em minha pele como se fosse tudo real.
Eu conseguia sentir o gosto da boca dela em minha boca e todos os toques dele pelo meu corpo. Era vívido, para mim era real.
Eu analisei tudo depois, segui o meu dia como normalmente eu fazia mas a frase falada em meio ao sexo selvagem dos meus sonhos ecoavam em meus ouvidos de uma forma tão gostosa e perturbadora que eu questionei a minha própria sanidade.
- Ei Julie, você está distante hoje! Aérea... – Disse Benjamin olhando em meus olhos.
- Eu estou? Desculpe, eu não percebi. Vou tentar me manter mais atenta – Falei entredentes.
- Você teve mais algum sonho? – Disse ele com sua curiosidade de sempre.
- Você quer que eu te conte só para poder me julgar, então para que falar?
- Você sabe que isso é só um folclore! Além de ser completamente proibido! Eu só estou tentando proteger você mesma.
- Dos meus sonhos? O que de mal pode acontecer?
- Sonhar com um homem lobo não é bem uma coisa normal, ainda mais... esse tipo de sonho! – Disse ele parecendo visivelmente irritado.
- Eu não estou afim dos seus julgamentos hoje Ben, eu estou bem. Só quero terminar logo essa droga desse trabalho...
Ele se afastou de mim, como fazia todas as vezes, o ciúme latente de Benjamin com os meus sonhos era algo tão claro que até eu, que tinha uma percepção baixa das coisas, conseguia perceber.
Eu só sabia de uma coisa: Nosso casamento arranjado jamais iria acontecer, mesmo com suas promessas de manter uma amizade.
Eu sabia que ele era apaixonado por mim, mas eu não conseguia focar em suas tentativas, eu estava apaixonada por um homem lobo que só aparecia a noite, no escuro, e na minha mente.
Eu passei o dia todo ansiosa o suficiente para deitar e dormir, eu só queria chegar na minha casa, ignorar completamente as crendices da minha mãe e irmã e finalmente deitar e dormir, eu só queria vê-lo novamente.
Queria sentir o seu corpo no meu, mesmo que só na minha mente.
Mas naquela noite tudo ficou diferente.
A brisa da noite entrou fria pela minha janela, eu não consegui adormecer, eu fiquei frustrada e acordada, olhando para o teto pintado de amarelo que eu odiava.
Eu rolei de um lado para o outro esperando algo que não vinha.
Eu fechei os olhos, perdida em meus pensamentos obscuros e pecaminosos que se apoderavam de mim, abri as minhas pernas e passei os dedos pelo meu sexo, tentando ao menos imaginar as nuances da noite passada.
Coloquei os dedos com delicadeza dentro de mim e mordi os lábios com força, me sentindo totalmente molhada e entregue aquela fantasia. O som da minha respiração era cortante e baixa, os gemidos saiam quase sem força pela minha garganta enquanto o meu prazer aumentava mais e mais.
Abri os meus olhos e olhei para a janela, vendo a cortina balançar com a brisa da noite e a lua lá fora brilhava linda.
Eu permaneci me tocando, tateei os meus seios e aumentei a intensidade das dedadas em meu sexo. Eu fechei os olhos novamente e suspirei fundo, ao abrir os meus olhos novamente, antes que eu pudesse chegar ao clímax, vi a silhueta de um homem parado dentro do meu quarto, desenhado pela penumbra da noite.
Eu tomei um susto tão grande que parei na hora, me cobri com os lençóis e senti o meu corpo todo tremer.
A voz aveludada e rouca cortou o silêncio do meu quarto, enquanto o meu coração pulava do peito.
- Eu não resisti, tive que vir pessoalmente hoje – disse ele se aproximando devagar.
A figura era conhecida para mim, mas eu estava tão atônica que a única coisa que saiu foi – Quem é você? O que você faz no meu quarto?
- Você é uma maldição humana, você me atrai como um raio! – Disse parecendo desapontado.
- Você...você...existe! Ah meu Deus! – Disse exasperada, e só então lembrei de subir a minha calcinha.
Me levantei da cama, reunindo o pouco de coragem que eu tinha. Eu queria ter certeza de que eu não estava louca!
Eu toquei o rosto dele com medo, a figura atlética e os olhos dourados causavam em mim uma sensação de profundo desespero. Eu queria sentir a pele dele, queria saber, que as lendas eram reais.
Ele tocou o meu rosto bruscamente e puxou o meu corpo contra o dele – Você é a minha maldição! O seu cheiro... – Ele colocou os lábios no meu pescoço com força, parecia querer arrancar de mim a minha alma.
Eu derreti nas mãos dele.
- Quem é você? – eu disse – O que isso significa? Você é mesmo um lobo?
- Eu não deveria ter vindo aqui! Você não serve para mim, eu tenho que ir embora.
- Não... – eu disse implorando – Por favor, me explica. Não me deixa aqui sem explicação do que está acontecendo.
- O meu corpo todo deveria repelir você, você é uma humana, eu poderia arrancar os seus ossos de dentro do corpo. Mas eu não resisti... – Ele segurou a minha mão, e lambeu os meus dedos que antes estavam dentro de mim. Mesmo com medo, eu fiquei ainda mais molhada.
O meu juízo foi embora, eu só o queria. A materialização dos meus sonhos, ou será que aquilo era realmente só um sonho? Um devaneio da minha cabeça? Eu não me importava, eu só queria aquele homem dentro de mim.
- Esse é o meu melhor sonho até agora... eu nem consigo acreditar que eu consegui dormir – eu disse
- Sonho? – Ele riu baixo – é assim então que você me atrai toda noite. Você fica me chamando para perto.
Eu não pensei bem, eu apenas me inclinei e beijei a boca dele com força, me agarrei aos seus cabelos e o puxei para mais perto, para a minha cama. Quando ele se deitou em cima de mim eu já estava explodindo.
- Me diz o seu nome...
- O meu nome é Klaus. E o que estamos fazendo aqui é errado. Isso pode começar uma guerra!
- Eu não me importo com isso, eu só sei que eu preciso de você. E eu sinto que você também precisa de mim.
- Você é um desejo que eu não consigo realizar, você não pode ser minha. Eu não posso me dar a esse luxo em minha posição.
- Do que você está falando? – Eu disse olhando em seus olhos castanhos claros, quase dourados.
- Você não precisa entender. Só saiba que essa é a última vez que vamos nos ver.
Ele se levantou abruptamente e me olhou pela última vez, eu fiquei estática enquanto isso. Ele me ofereceu um sorriso triste e saiu pela minha janela com a rapidez de um raio.
Eu me sentei na minha cama, ainda atônica com tudo.
Não era possível que aquilo fosse um sonho.
Eu sabia que não era.







