A lua era para mim como uma espécie de foice prateada no céu, o veludo negro cortando as nuvens e derramando sereno fino na floresta noturna.Eu estava parada ali, completamente nua, eu não me sentia mal com aquela situação, pelo contrário, o meu coração batia forte dentro do meu peito. O ar noturno era frio, mas não me importava, o contraste era arrepiante como o fogo que me consumia as entranhas.Cada fio de grama sob os meus pés eram como agulhas de gelo, cada sussurro da brisa nos pinheiros era um dedo glacial tocando minha espinha. Eu não tremi, eu ansiei por aquele momento o dia todo. A expectativa era um cobertor quente e pesado me envolvendo como um véu.Eu estava em uma clareira, dentro de um círculo de terra batida e musgo abraçado por rochas. Os meus pés eram movidos para dentro desse círculo, eu não conseguia escapar e, naquele contexto, eu nem queria.Eu sonhava toda noite, as mesmas cenas, a mesma expectativa dilacerante dentro do meu peito. Até ele chegar.E então um es
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