Liam Rodrigues
O quarto ainda cheirava a sexo.
Priscila estava deitada sobre mim, a pele úmida, os cabelos grudados no pescoço, a respiração ainda ofegante. Eu tinha os olhos fechados, a mão percorrendo a curva das suas costas, saboreando aquele raro momento em que a casa estava silenciosa, as crianças dormindo, e o mundo parecia existir só para nós dois.
O celular vibrou.
Um som baixo, mas cortante, vindo da mesinha de cabeceira. Eu ignorei. Deixa, pensei, afundando os dedos no cabelo dela. Nada é mais importante que isso agora.
Mas Priscila se mexeu, suspirou e levantou, os pés descalços tocando o chão frio.
— Vou tomar um banho rápido.
Ela sumiu entrando no banheiro, e eu, como um idiota, estiquei o braço e peguei o celular.
A tela se acendeu.
E o meu sangue congelou.
"Ele tentou me bater! Por favor, alguém vem para o meu apartamento AGORA!"
Vitória.
O nome da minha irmã queimou na minha visão como um golpe. O coração parou por um segundo antes de disparar, violento,