Max Fos
A gente não dormiu naquela noite.
Café, ansiedade e o brilho azul das câmeras de segurança no monitor foram nossos companheiros. Eu e Rafaela estávamos atentos a qualquer pista, revisando os mesmos minutos de vídeo como se, de repente, algo novo fosse surgir.
— Essa senhora que entrou com a sua mãe... — Rafaela disse, apontando para a tela com um restinho de biscoito no canto da boca — ela entrou às 21h14 e... — deu uma pausa, avançando o vídeo com o olhar cada vez mais atento — não saiu mais.
Me aproximei da tela, tentando decifrar melhor a imagem. Era ela. A mulher que parecia saída direto de um filme de época, com vestido floral, coque perfeito e um ar de bondade que só enganava quem não tinha vivido o suficiente com a minha mãe.
— Essa é a Madalena — murmurei. — E ela ainda está no hotel.
— Ou… — Rafaela virou-se pra mim com a sobrancelha arqueada — ou está escondida dentro do armário. Porque não tem registro de saída. E não tem como sair pela escada de emergência sem acio