Max Fos
Chegamos a Aracaju à noite e fomos direto para o hotel onde minha mãe estava hospedada. A ideia era simples: manter distância até descobrirmos o que, afinal, ela estava escondendo. E por mais que a Rafaela tentasse disfarçar, eu conhecia cada olhar dela como conheço as minhas próprias mãos — e aquele não era um olhar tranquilo. Era o tipo de preocupação que a gente sente quando o instinto avisa: vem bomba por aí.
— Aqui é bem bonito… e quente — Rafaela comentou, ajeitando o notebook perto da janela. O tom era casual, mas o suor na testa entregava o resto. — Isso aqui é o verão ou o inferno fazendo hora extra?
Sorri de lado. Mesmo nervosa, ela ainda fazia piada. Era a forma dela de manter o controle. E, sinceramente, funcionava comigo.
— Eu nunca vim aqui — continuou, mexendo no cabelo, como quem tentava puxar assunto com o próprio destino.
— Mas você consegue acessar o aplicativo de transporte da minha mãe? Ela não costuma dirigir por aqui…
— Amor, eu não sou hacker, tá? — res