Priscila Barcella
Cheguei em casa apertando a Nina contra o peito, como se o calor dela pudesse aquecer as partes de mim que tinham congelado depois daquela visita. Meu coração ainda batia descompassado, pesado demais para ser carregado sozinha.
Ao meu lado, Belinha caminhava cabisbaixa, arrastando o sapatinho no chão como se o peso da tristeza a puxasse para baixo.
O padrasto do Max...
Aquele homem...
Ele tinha olhado para a minha menina e a chamado de Mavie.
Meu mundo pareceu girar ao contrário por um instante. A dor rasgou meu peito, como uma ferida antiga brutalmente reaberta, sangrando lembranças que eu lutei tanto para esquecer.
Mas eu respirei fundo, forçando o ar para dentro dos pulmões.
Eu precisava ser forte. Pelas minhas crianças. Pelo Liam. Por mim.
Assim que abri a porta, Íris e Ítalo vieram correndo me receber, com seus sorrisos puros e braços abertos.
— Mamãe! — Ítalo gritou, se jogando na minha cintura com um abraço apertado.
— Oi, meus amores — sorri, mesmo com o peit