O calor da explosão ainda estava grudado na pele quando Ayla atravessou a fumaça e se jogou contra Alison. Não houve aviso, não houve palavra. Foi o som seco de dois corpos colidindo, braços se agarrando, unhas rasgando, o peso acumulado de meses de mágoas comprimido em um instante de brutalidade.
— Sua desgraçada! — Ayla gritou com a garganta em brasas, a voz falhando no meio da fumaça. — Sua filha tava lá dentro!
Alison tentou responder, mas o ar fugia dos pulmões. O empurrão a jogou contra a parede da entrada, a madeira já chamuscada queimou sua mão. Ela mordeu a dor, empurrou Ayla de volta, as duas caíram no chão coberto de cacos de vidro. O sangue escorreu pelo braço de Ayla, mas ela não parou. Subiu em cima de Alison, socando o rosto dela como se cada pancada fosse uma sentença.
— Você não entende! — gritou Alison, tentando se defender. — Eu fiz isso por ela!
Juan apareceu em meio ao caos, tossindo, coberto de fuligem. Correu até elas e puxou Ayla pelos ombros.
— Para! Pelo amor