A casa estava mais silenciosa do que nunca. Era como se todas as palavras não ditas pairassem no ar, presas entre os cômodos, esperando para explodir.
Ayla estava na sala de estar, inquieta, o olhar fixo em um ponto qualquer, como se algo fosse surgir dali. O relógio da parede fazia um tique-taque abafado, ritmando com os batimentos acelerados do seu coração. Tudo parecia calmo demais... e essa calma só aumentava o pavor.
Desde que viu Sunny conversando de forma estranha ao telefone, Ayla não conseguiu mais ignorar o incômodo que a corroía por dentro. Era algo no jeito que ela falava, nos gestos contidos, no tom da voz. Mas, acima de tudo, havia aquele olhar antigo, vivido demais para alguém com tão poucos anos. Como se carregasse décadas de mágoa nos ombros. Aquilo tinha ficado gravado nela como uma marca de queimadura.
Era ela o tempo todo. A presença dela nunca foi casual. Mas… será que de fato eram irmãs?
Engolindo em seco, Ayla se levantou e caminhou até o escritório. Abriu o lap