A tarde caiu sobre a mansão como um cobertor cinzento e sufocante. As sombras se arrastavam pelos corredores. O silêncio era apenas quebrado por passos tensos.
Emma dormia no colo de Ayla no sofá, exausta de chorar. Amanda havia dado um remédio infantil para acalmá-la.
Juan estava no hall de entrada, em pé, com os punhos fechados. Olhava fixo para a porta. As veias do pescoço pulsavam.
Ryan entrou, lento, arrastando um pé, respirando pesado. Ele tossiu, uma tosse seca e úmida ao mesmo tempo. Juan se virou na hora, os olhos faiscando.
— Aonde você foi? — Juan rosnou.
— Fumar um cigarro, porra. — Ryan respondeu, tossindo outra vez. — Pra não vomitar ouvindo essa merda toda.
Amanda apareceu atrás, pálida.
— Ryan, por favor.
Ryan ergueu a mão para calá-la.
— Não. Eu quero falar com ELE. — Apontou para Juan.
— Fala. — Juan cruzou os braços, a mandíbula dura.
Ryan se aproximou, mancando. O rosto estava devastado: pálido, suado, com olheiras profundas.
— Você trouxe isso aqui, Juan. Você. —