A tarde estava cinzenta quando Ayla voltou da rua, com o casaco apertado em volta do corpo como se pudesse conter o tremor que vinha de dentro. A casa de Ryan parecia estranhamente quieta, mas logo ela ouviu Emma rindo com Amanda na cozinha. Juan estava na sala de estar, mexendo no celular, tenso.
Ayla segurava o telefone nas mãos, suadas. O coração batia tão forte que ela teve medo de não conseguir falar. Mas não podia mais esconder aquilo.
Ela respirou fundo, atravessou a sala e parou na frente dele. Juan ergueu os olhos, franzindo a testa ao ver o estado dela.
— O que foi? — perguntou, voz baixa, preocupada.
Ayla estendeu o celular sem dizer nada. Na tela, a mensagem curta, com a assinatura cruel no fim:
“Você acha mesmo que pode me parar? Vocês todos vão pagar. A.”
Juan leu uma vez. Depois de novo. A mão dele tremia enquanto apertava o telefone. As veias no pescoço saltaram. Ele se levantou tão abruptamente que a poltrona quase virou.
— Filha da puta! — gritou, arremessando o celu