O silêncio no carro era espesso, pesado como a névoa que se arrastava sobre a estrada deserta. Evelyn olhava pela janela, os dedos inquietos repousando sobre o ventre, onde a vida que carregava pulsava silenciosa e frágil. A paisagem desfilava em tons de cinza, envolta por uma chuva fina que parecia querer esconder o mundo. A casa que haviam visitado momentos antes era bonita, perfeita até, com seus jardins bem cuidados e janelas amplas que prometiam conforto e segurança. Ainda assim, algo profundo dentro dela se recusava a aceitar aquele lugar como lar. Era como se uma sombra pairasse sobre aquela perfeição, uma dúvida silenciosa que não a deixava em paz.
Damián dirigia em silêncio, os olhos fixos na pista molhada, onde os reflexos da chuva criavam um mosaico de luzes e sombras. Seu rosto estava tenso, marcado por uma preocupação que ele não conseguia disfarçar. O peso da responsabilidade parecia esmagá-lo, e o silêncio entre os dois era carregado de palavras não dita