Geoffrey estava com uma xícara nas mãos, o calor se espalhando pelas pontas dos dedos. O vapor subia suavemente, em espirais preguiçosas, como se quisesse desaparecer antes de alcançar o teto. A pequena casa de campo que herdara do avô da condessa era charmosa, antiga, com heras que trepavam pela fachada de pedra e janelas que rangiam quando o vento soprava mais forte. Era um refúgio silencioso, onde o tempo parecia andar mais devagar — às vezes até parar.
Ali, longe dos olhos atentos da mansão, longe dos corredores onde as lembranças ainda murmuravam pelos cantos, ele podia respirar. A paz, no entanto, era falsa. O silêncio, incômodo. Tudo naquele lugar parecia estar em pausa — exceto os pensamentos.
Da janela da cozinha, conseguia ver claramente quem chegava. Era um dos motivos pelos quais gostava daquela casa: a previsibilidade da solidão. Por isso, quando o sedã preto da família Ashbourne parou diante do portão de ferro forjado, um arrepio percorreu sua espinha.