As palavras de Bianca parecem rasgar a pele de Vittoria, não pela dureza em si, mas pela simples constatação de uma verdade que ela sempre evita encarar.
— Talvez você tenha razão. — Vittoria admite, a voz tensa, como se cada palavra lhe pesasse na alma. — Mas eu não sei mais o que fazer, eu tento, insisto, me esforço. Ele até fala comigo, mas nunca é inteiro, nunca é tudo. São sempre fragmentos, pedaços soltos de uma verdade que ele escolhe quando e como compartilhar.
— E quanto a você? — Bianca rebate, a voz firme e o olhar inabalável. — Lembre-se de que também toma decisões por conta própria, sem ao menos lhe dar o direito de participar.
— O que, agora você resolveu ser a advogada dele? — Pergunta, arqueando a sobrancelha, como se questionasse se a amiga havia trocado de lado.
— Você sabe que eu te amo, mas também sabe que preciso ser justa. — Declara, a voz firme, mas cheia de convicção. — Não pode cobrar dele algo em que você mesma insiste em falhar.
— Como odeio essa sua sinceri