Capítulo 31
Laís
Eu ia pra faculdade mais pra ficar perto do Érico do que por qualquer outra coisa. Fingia que estudava administração, mas odiava aquela sala abafada, os professores sonolentos e os grupinhos de meninas que só falavam de maquiagem e festa.
Meus pais nunca se importaram. Meu pai vive metido nos negócios sujos dele — os que todo mundo finge que não sabe — e minha mãe, uma boneca socialite, só pensa em colunas sociais, em quem noivou, quem traiu, vestidos e joias. Uma farsa atrás da outra.
Eu era invisível dentro de casa. Mas perto do Érico... achava que podia ser vista.
Naquela segunda, me escondi no bloco da arquitetura, atrás de uma pilastra. Fui ali só pra observar. Disfarçada. No fundo, torcendo pra ele me notar. Mas o que vi me congelou.
Ele vinha com um buquê de flores e duas caixas de bombom. Daquelas caras, que não se compra em qualquer lugar.
Meu coração acelerou — até perceber que não era pra mim.
Era pra ela.
A jeca.
A pobretona que ele resolveu adotar.
E ali,