Capítulo 30
Enya
Acordei com fome naquela segunda-feira. Pensei num café com leite e um pão com manteiga, fui pra cozinha animada, mas bastou o vapor da xícara bater no meu nariz pra o enjoo chegar feito onda brava. Respirei fundo várias vezes, de frente pra janela, tentando me manter firme. Não tinha nada no estômago, e mesmo assim o corpo ameaçava botar tudo pra fora.
Consegui tomar só metade do café da manhã.
Bruna apareceu logo depois, já arrumada pra aula, com a maquete torta debaixo do braço. Tive que zoar.
— Vai entregar esse negócio assim?
— Dane-se. Não vale nota final, era só uma ideia...
— Você e esse seu jeito de “tô nem aí” pra nada, né?
Ela deu risada. E a gente saiu andando pra faculdade.
Na entrada, Bruna me cutucou com o cotovelo, do nada:
— Olha aquilo ali!
Era o Érico.
Ele vinha na nossa direção com um buquê de flores numa mão e duas caixas de bombom na outra. Quando chegou perto, me abraçou pela cintura e colocou os presentes nos meus braços.
— Saiu o resultado!
—