Capítulo 29
Monteverde
O fim de semana foi mais uma amostra do que esse mundo virou: incompetência disfarçada de profissionalismo. Gente que não vale o que come, mas desfila diploma como se isso compensasse a mediocridade. Como eu sempre digo: gado só engorda debaixo do olho do dono. E eu ando de olho em tudo.
Laís me avisou: o idiota do meu filho levou a loirinha pro laboratório. Seguiu como eu mandei, confirmou o exame de DNA. O timing não podia ser melhor.
Eu precisava da verdade antes dele.
E, como todo jogo sujo, envolvia gente podre. Liguei direto pro delegado Rômulo Medeiros — cunhado da garota e com mais esqueleto no armário que necrotério de capital. Já tinha tentado me chantagear antes. Esqueceu que quem anda na lama escorrega fácil.
— Não esperava sua voz tão cedo — ele atendeu, voz mansa de cobra prestes a dar o bote.
— Deixa de cena, Rômulo. Vai fazer algo que preste pela primeira vez. Meu filho fez o teste com sua cunhadinha. Quero o resultado antes dele.
— Tá achando qu