Capítulo 11
Érico
Eu ouvi a Enya falando com a irmã. Ela tava sentada no sofá, o celular apertado na mão, o tom de voz baixo, mas firme.
Quando desligou, virou pra mim.
— Eles querem te conhecer — falou, e eu vi o cansaço nos olhos dela. — Mas não são nada amigáveis.
Eu respirei fundo, tentando não mostrar o nervosismo que subiu como um soco no estômago.
— Eles só podem vir no final da tarde — ela disse, largando o celular no sofá. — O marido dela trabalha o dia todo.
Assenti devagar.
— Eu espero.
O silêncio ficou pesado por um segundo.
Eu olhei pra ela — o jeito que os ombros dela subiam e desciam devagar, a respiração ainda meio contida.
E pensei:
Porra… a danada é bonita.
Tinha algo nela que não era só beleza. Um jeito de quem não se dobra, mesmo quando o mundo tá caindo.
Não era paixão que eu sentia — longe disso. Mas eu não podia negar que não seria difícil me perder nela se eu deixasse.
Mas eu não ia deixar. Eu tinha outras coisas na cabeça.
E, enquanto a gente decidia o que ia