A manhã seguinte amanheceu com o céu carregado, nuvens pesadas que pareciam prenunciar tempestade. Clara acordou cedo, o corpo ainda dolorido do confronto no estacionamento, mas a mente desperta, pronta para o que viria. Sobre a mesa da sala estavam os documentos reunidos com Augusto e até mesmo com Elena, provas suficientes para enterrar Roberto Salgado de uma vez.
O telefone tocou. Augusto.
— É hoje — disse, a voz carregada de expectativa. — O juiz assinou o mandado de prisão preventiva. Salgado será detido em público, na frente de todos.
Clara fechou os olhos por um instante. Sentiu o peso da notícia atravessar-lhe o peito como uma lufada de ar. — Então o gigante vai cair.
Horas depois, a cidade inteira parou diante da notícia transmitida ao vivo. Câmeras acompanhavam Roberto Salgado entrando no luxuoso edifício de seu escritório central. Gravata ajustada, postura arrogante, ainda acreditava ser intocável.
Mas antes que pudesse subir ao elevador, a cena mudou. Três viaturas da polí