Clara não acreditava em Elena, mas aprendeu a não desprezar as palavras de um inimigo acuado. Às vezes, a verdade se esconde na tentativa desesperada de salvar a própria pele. Naquela noite, sozinha em seu apartamento, ela abriu o computador e começou a seguir as pistas.
Os extratos que tinha em mãos já mostravam um rastro de transferências suspeitas, mas havia algo além: pequenas somas enviadas para contas de nomes estranhos, nunca associadas diretamente a Elena. Eram valores que, isolados, não chamariam atenção, mas somados formavam uma fortuna.
Clara chamou Augusto, o advogado, para ajudá-la a interpretar cada detalhe.
— Isso não é só desvio para sustentar Elena — ele disse, folheando as páginas. — Parece um esquema paralelo. Adriano estava guardando dinheiro em cofres que nem os sócios conhecem.
Clara apoiou o queixo nas mãos, os olhos fixos no papel. — Cofres para quê?
Augusto suspirou. — Para descartar. Ele sabia que, cedo ou tarde, Elena se tornaria um peso. Esse dinheiro escon