Elena nunca suportou o silêncio. O som de seu salto ecoando no mármore era uma tentativa de impor presença onde já não havia respeito. Clara a esperava em um café discreto, escolhido de propósito por estar longe dos salões luxuosos que Elena tanto gostava. Ali, não havia lustres, apenas luz morna e mesas de madeira marcadas pelo tempo. O lugar perfeito para despir uma rainha das falsas coroas.

Elena entrou com a postura altiva de sempre, mas os olhos denunciavam a pressa de quem não tinha mais para onde correr. Pediu um expresso sem olhar para o garçom e se sentou diante de Clara. O silêncio entre as duas durou alguns segundos, um silêncio denso, que parecia vibrar entre elas. Então, Elena foi a primeira a quebrar.

— Você acha que venceu, não é? — disse, com um sorriso amargo. — Mas ainda não acabou. Eu ainda posso destruir você.

Clara não desviou o olhar. — Destruir? — repetiu, com calma. — Você já não consegue nem se sustentar. O que poderia me oferecer além de ameaças vazias?

Elena