"O poder nunca desaparece. Ele muda de rosto, de sotaque, de perfume. E quando volta, vem sorrindo — esperando que você se esqueça do gosto amargo que tem." — H. A.
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Helena
Há homens que carregam o perigo na postura, não no volume da voz. Adrian Navarro é exatamente esse tipo. Ele ocupa espaço como quem reivindica território. Não levanta o tom, não ergue a mão — mas a intenção dele chega antes das palavras.
E eu sei reconhecer predadores. Já amei um.
Quando ele fecha o manuscrito e o desliza de volta para mim, seu olhar pousa no meu rosto por um segundo longo demais.
— Há algo em você, Helena. Algo que não se dobra. — Ele inclina a cabeça. — Gosto disso.
— Não estou aqui para ser apreciada. Estou aqui para trabalhar.
— E faz isso muito bem. — Ele se apoia na mesa, diminuindo a distância. — O que posso fazer para mantê-la ao meu lado?
— Não estou ao seu lado. Estou no projeto.
Ele ri baixo. Não porque achou graça — mas porque achou resistência.
— Você realmente acredita que consegue