Felipe
O elevador desce devagar demais. Ou talvez seja a minha cabeça que está indo rápido demais. Eu sinto a adrenalina queimando por baixo da pele, como se cada célula estivesse preparada para guerra. Porque é isso que é. Uma guerra silenciosa. Uma guerra feita de sombras, documentos falsificados, ameaças anônimas e agora... Presença física.
Adrian entrou no meu território. E ele trouxe alguém com ele. Henrique. Só de lembrar os olhos vazios dele naquela última conversa, sinto um espasmo de raiva na mandíbula. Adrian é um mestre em quebrar pessoas por dentro — e quando não consegue… compra as rachaduras. No fim, todo mundo cede, se o preço for alto o suficiente. Mas ele não vai me comprar. E não vai ter a Helena. Nem com dinheiro, nem com medo e nem com sangue.
Quando o elevador finalmente chega ao térreo, eu já estou com o coração num ritmo que beira o insuportável. A porta abre. E a primeira coisa que vejo é segurança demais. Seguranças que não são meus e isso me deixa em alerta.