NAYOLE AKELLO
A mansão de Apollo Mthunzi era uma estrutura que parecia conter segredos em cada canto. Enquanto passeava pela biblioteca à procura de algo, senti como se já tivesse estado ali antes. As prateleiras altas, revestidas de livros antigos e empoeirados, pareciam sussurrar memórias, como se cada volume tivesse um eco de minha própria história. Tentei focar na conversa que estava tendo com Manu pelo telefone, tentando ignorar a estranha sensação de déjà vu que me invadia a mente.
— Manu, aqui não tem nada. — Disse, minha voz quase quebrando sob a tensão que pairava no ar. O tom dela era tão tenso quanto o meu.
— Já procurou em outros cômodos da casa? Não acredito que ele seja um bom samaritano, Nayole. — Manu respondeu, seus suspiros de cansaço ecoando pela linha. O peso das suas palavras era inegável.
— Se ele é ou não, isso eu não sei. Mas aqui não tem nada. — A frustração me dominava. Eu já revisitei cada livro, cada objeto; nada parecia indicar um comportamento suspeito.