Ao experienciar constantes sensações de déjà vu, Nayole se vê presa em um paradoxo temporal, onde o passado e o presente se mesclam em uma trama repleta de segredos e mistérios. Enquanto tenta desvendar o enigma por trás dessas estranhas experiências, ela se vê cada vez mais envolvida em um jogo perigoso, onde a verdade pode ser mais aterrorizante do que ela jamais imaginou. À medida que os acontecimentos se desenrolam, a sensação de déjà vu se intensifica, levando Nayole a questionar sua própria sanidade. Em um cenário onde nada é o que parece, ela se vê cercada por sombras do passado que ameaçam consumi-la. Enquanto tenta desvendar o mistério por trás de sua experiência estranha, ela se vê envolvida em uma teia de segredos e mentiras, onde a verdade se torna cada vez mais distorcida e perturbadora. O que a leva questionar a própria percepção da realidade.
Ler mais00 NAYOLE AKELLO
Falta menos de uma hora para a minha entrevista de emprego, que na verdade é um teste para um comercial. Estou muito ansiosa e nervosa, muitas emoções para um dia só. Simba, meu noivo saiu muito cedo antes mesmo eu despertar. Olho para o relógio na paredes amarela a direita e quase infarto. — Ai! Droga. Vou me atrasar. – Praguejo em mil idiomas, que não sei falar enquanto pego minha bolsa e saio a correr do apartamento do de Simba. Se não fosse pela insistência dele, provavelmente não estaria nesta situação. Simba não gostou muito da ideia quando apresentei para ele e tenho quase a certeza de que fez de propósito. Mas fazer o que? É assim que homens apaixonado agem na tem muito o que falar. Já na portaria, cumprimento o senhor Romeu, ele sorri para mim e faço o mesmo. O carro de Emanuela, esta estacionando um pouco distande da portaria do prédio. Ela bosina fazendo correr ate ela, entro no corro e olhos para ela que esta com o rosto tranco e uma sobrancelha arqueada. — Nayole Akello, que horas a combinamos? — Indagou séria, porém não deu para lever a sério pois sua forma de mascar o chiquelete é um tanto engraçada. — Ah, como se não bastesse, a senhora ainda rir da minha cara. Que ótima. — Diz, ela ao dar partida no carro. — Bom dia, para você também meu amor.Eu também senti sua falta. — Digo, e depois assopro um beijo em sua direção. — Não vem com essa. — Ai amiga, uma semana de férias é assim que volta? Achei que voltaria menos rabugenta já que pode desfrutar seu momento de paz sem o seu chefe incrivelmente babaca. — Alfineto, olhando ela, pelo rabo do olho. — Não me provoque, você sabe que duas semanas para mim é igual a rezo descanso. E outra por que se atrasou tanto? — Questiona, ela fazendo a curva pela direita, sua intenção é na verdade fugir do caos das sete da manhã de trânsito de Estocolmo. O apartamento de Simba, fica trinta minutos do estúdio , onde será realizado o casting — Eu dormir muito. – Responde, mas senti seus olhos em mim por alguns segundos. Emanuela me conhece desde que cheguei cá na Suécia, e sabe como foi o início do meu relacionamento e obviamente sabe que o que disse é uma meia verdade. No entanto eu sei que Simba não faz por mal ele só quer me proteger. — Esta bem, chegamos . – Diz ela estacionando perto de um prédio extremamente grande. — Arrasa amiga. — Prosseguiu, Emanuela levando sua mão para o alto e por bato nela sorrindo. — Obrigada. — Pontouo, já saindo do carro. — E outra, só liga se passar. — Esta bem chefe. — Nos duas gargalhamos e logo depois nos despedimos. Enguli em seco quando olhei para a fachada do estúdio, em toda a minha vida nunca havia visto algo tão lindo. Bem não é atoa que é o mais reconhecido do país , um prédio moderno e imponente. Ainda nervosa, olhei para o relógio e o sol das oitos da manhã já começou a surgir, ainda faltava trinta minutos para começar, então me apressei para entrar dentro estúdio. Me informei com a recepcionista que meu a intenção depois de preencher todos os papéis necessários. O estúdio de gravação fica no último andar do edifício, e enquanto subia as escadas para chegar lá, consigo sentir a ansiedade tomando conta de mim. A sala de espera é grande, com várias pessoas sentadas em poltronas pretas e uma secretária atendendo as ligações. O ambiente é silencioso, apenas o som das vozes abafadas ecoando pelas paredes brancas. Todo muito lindo, nunca imaginei um dia entrar em um lugar onde o ar tivesse cheiro de ouro puro. Porque tudo que esta aqui é ouro em contraste com a cor preta e branca das paredes. Cada mínimo detalhe é um luxo. Quando finalmente sou chamada para a audição, sigo até o estúdio onde a gravação será feita. Coloco os fones de ouvido e me preparo para começar. A voz do diretor me orienta e peço para repetir algumas falas, tentando acertar o tom e a entonação correta. Após algumas tentativas, finalmente terminamos a gravação e ele me informa que entrará em contato em breve. Ao sair do estúdio, percebo que já passou mais tempo do que eu imaginava. Emanuela está me esperando na sala de espera, com um sorriso encorajador no rosto. Ela me abraça e diz que está confiante de que eu consegui o trabalho. Sorrio, agradecida por seu apoio. Enquanto caminhamos de volta ao carro, Emanuela comenta sobre um caso que seu feche está investigando no momento. Ele detetive particular e sempre está envolvida em algum mistério. Ema me conta tudo enquanto ouço sua história, sinto uma pontada de tristeza ao lembrar do passado sombrio que tive que superar. Cheguei em casa e encontro Simba no sofá, com uma expressão séria no rosto. Ele me olha intensamente e pergunta como foi a audição. Conto a ele sobre a experiência e ele parece satisfeito com a minha performance. No entanto, ao mencionar uma cena particularmente emocionante que tive que interpretar, vejo seu semblante se transformar em descontentamento. — Nayole, por que você teve que passar por cima da minha decisão novamente? Por que não me contou antes? — Ele questiona, com a voz carregada de desconfiança. Fico sem reação por um momento, sem saber como responder. — Bem, talvez por essa sua reacção? O que acha que eu... — Que não devia fazer essa marda.— Berra, ele irritado. E eu também começo a me irritar com isso. — É só um comercial de produtos, eles precisavam de uma modelo e eu estou desempregada, entendeu?— Declarou no mesmo tom. — Não fale assim como, e eu já disse que posso pagar por todas as despesas você não tem que se preocupar com nada– Rebateu ele. Por outro lado eu apenas reviro os olhos e respondo. — Eu não sou mulher para ser sustentada por macho. — Eu sou o seu noivos e não um macho qualquer. — Olha, se vai discutir comigo por ter uma chance de conquistar algo, então melher eu ir embora. — Nayole, não é sobre o dinheiro, é sobre a confiança e o respeito mútuo. Eu me importo com você e com a sua segurança. Eu só queria que você me contasse antes de tomar essa decisão. — Mas... e se você não concordasse? Eu teria perdido essa oportunidade. Eu estava apenas pensando no melhor para nós dois. — A tensão no ara tangível, e eu começo a me sentir desconfortável com a situação. Mal posso acreditar que estamos brigando por algo tão banal. De repente, Simba se levanta do sofá e começa a caminhar de um lado para o outro, claramente agitado. Sua expressão está furiosa e seus punhos estão cerrados. Sinto um arrepio percorrer minha espinha ao perceber o quão zangado ele está. — Eu não posso acreditar que você agiu pelas minhas costas. Eu amo-te, Nayole, mas não posso aceitar esse tipo de desrespeito. — Ele declara, com a voz carregada de raiva. Vejo o brilho perigoso em seus olhos, e uma sensação de medo começa a se instalar em meu peito. Simba é um homem forte e impulsivo, e eu sei que ele pode ser capaz de fazer qualquer coisa quando está com raiva. Eu começo a questionar se deveria ter mantido a informação em segredo, se deveria ter agido de forma diferente. — Simba, eu sinto muito. Eu não queria magoar-te eu só queria aproveitar essa oportunidade. Por favor, não fique assim. — Eu imploro, tentando acalmar a situação. Mas ele não parece disposto a ouvir minhas desculpas. Em vez disso, ele se aproxima de mim, sua expressão ainda furiosa. Eu recuo instintivamente, sentindo todo o peso de sua presença dominante. — Você não entende, Nayole. Eu estou cansado de ser desrespeitado. Eu não posso mais tolerar isso. — Ele declara, sua voz tremendo de raiva. Nesse momento, eu percebo que as coisas estão saindo do controle. Simba está fora de si, e eu não sei como acalmar suas emoções explosivas. Sinto um medo genuíno se instalar em meu coração, e começo a ponderar se deveria mesmo ter mantido a informação em segredo. — Por favor, Simba, vamos conversar com calma. Eu não queria te magoar, eu só queria aproveitar essa oportunidade. Eu te amo, não quero perder nosso amor por causa disso. — Eu tento argumentar, desesperadamente. Mas Simba não está mais ouvindo. Ele está tomado pela raiva e pela frustração, e eu sinto que estou em perigo. Pela primeira vez, desde que nos conhecemos, vejo um lado dele que nunca imaginei que existisse. Ele está fora de controle, e eu não sei como lidar com isso. De repente, ele levanta a mão em um gesto ameaçador, e eu me encolho instintivamente, fechando os olhos e preparando-me para o pior. Mas, em vez de me agredir, ele simplesmente desaba no chão, com as mãos cobrindo o rosto. Posso ouvir sua respiração pesada e seus soluços abafados. — Nayole, me desculpe. Eu não queria perder o controle assim. Eu te amo mais do que tudo, mas eu fico tão frustado quando sinto que estou perdendo o controle da situação. Eu só quero que confie em mim, que me conte as coisas. Eu preciso de você ao meu lado, sempre. — Ele sussurra, com a voz carregada de arrependimento. Eu me aproximo dele lentamente, sentindo o coração ainda acelerado pelo medo recente. Eu me ajoelho ao seu lado e coloco minha mão em seu ombro, transmitindo-lhe carinho e conforto. — Eu sinto muito, Nayole. Eu não queria te machucar. Eu apenas estava tentando fazer o que achei que era melhor.— Simba me abraça, me dizendo que está ao meu lado e que posso confiar nele. Sinto as lágrimas surgirem nos meus olhos, um misto de emoções me invadindo.Nayole Akello Nunca acreditei nas sombras ou forças ocultas. Lembro-me, como se fosse ontem, dos dias em que ouvia histórias contadas por Mzabia, a velha guardiã do orfanato onde passei a maior parte da minha vida. “Os antepassados reencarnam nas crianças órfãs,” ela dizia, com os olhos fixos em mim. Na sua voz rouca havia uma advertência, uma premonição que não levei a sério. Eu tinha 18 anos e uma sede insaciável por liberdade, e acreditava que o que se escondia atrás daquelas histórias era apenas o medo de um futuro desconhecido.Naquela noite, a atmosfera na boate estava densamente carregada. Luzes pulsantes cortavam a escuridão, e a música reverbera como um coração agitado. Eu precisava ir ao banheiro, a urgência se tornava insuportável. Ao abrir a porta do cubículo e enquanto me ocupava com o que tinha que fazer, senti um frio na espinha que me fez hesitar. Era uma sensação estranha, uma sombra que me observava nas paredes sujas e desgastadas do banheiro. "É só a sua imaginação
NAYOLE AKELLO O sol logo começara a surgir, mais a tarde cinzenta em Malmö, permanecia e eu sentia o peso do mundo sobre os meus ombros. A demissão tinha sido uma espécie de libertação, mas não havia espaço para celebrações quando a realidade se impunha de forma tão brutal. A imagem de Apollo, com seu olhar frio e a voz cortante, não me deixava em paz. Ele havia arrasado não apenas minha carreira, mas também a confiança que tinha em mim.Manu sempre fora minha confidente, e a ideia de contar tudo a ela me trouxe um conforto ao mesmo tempo que um nó no estômago. Peguei meu celular e digitei nervosamente uma mensagem: "Posso passar aí? Precisamos conversar." A resposta dela foi rápida e encorajadora: "Claro! Me aguarde!"Ao chegar à casa de Manu, o cheiro de sumo de laranja invadiu minhas narinas. Ela estava na cozinha, com um sorriso no rosto que desapareceu ao perceber a expressão pesada em meu rosto.- O que aconteceu, Nayole? - Manu perguntou, já tomando um gole de seu sumo , lar
NAYOLE AKELLO Quando acordei, a angústia ainda me envolvia como um cobertor pesado, incapaz de me deixar em paz. Eu me sentia como uma criança que tinha quebrado um vaso precioso e agora aguardava, com o coração na boca, pela representação. O medo não se esvaiu; pelo contrário, ele se aninhou dentro de mim, crescendo a cada dia em que eu me debatia com os fantasmas do meu passado.Olhei ao redor do quarto, onde as sombras dançavam suavemente com a luz filtrada pelas cortinas. O ambiente estava imerso em um silêncio perturbador, e isso só aumentava a minha ansiedade. Devagar, levantei-me da cama, sentindo o frio do piso de madeira sob meus pés descalços. O reflexo no espelho revelou uma imagem que eu mal reconhecia — cabelos despenteados, a pele pálida e um olhar que transparecia insegurança. Uma camiseta grande de algodão e uma calça de pijama, como um abrigo contra o mundo que lá fora parecia me ameaçar.O meu pensamento retornou à noite anterior, quando tomei a decisão de investiga
NAYOLE AKELLO A mansão de Apollo Mthunzi era uma estrutura que parecia conter segredos em cada canto. Enquanto passeava pela biblioteca à procura de algo, senti como se já tivesse estado ali antes. As prateleiras altas, revestidas de livros antigos e empoeirados, pareciam sussurrar memórias, como se cada volume tivesse um eco de minha própria história. Tentei focar na conversa que estava tendo com Manu pelo telefone, tentando ignorar a estranha sensação de déjà vu que me invadia a mente.— Manu, aqui não tem nada. — Disse, minha voz quase quebrando sob a tensão que pairava no ar. O tom dela era tão tenso quanto o meu. — Já procurou em outros cômodos da casa? Não acredito que ele seja um bom samaritano, Nayole. — Manu respondeu, seus suspiros de cansaço ecoando pela linha. O peso das suas palavras era inegável.— Se ele é ou não, isso eu não sei. Mas aqui não tem nada. — A frustração me dominava. Eu já revisitei cada livro, cada objeto; nada parecia indicar um comportamento suspeito.
NAYOLE AKELLO Era uma dessas noites que pareciam intermináveis. O silêncio estava tão denso na mansão que se podia ouvir o próprio coração pulsando. As cortinas estavam fechadas, e os únicos sons que quebravam o silêncio eram o ocasional estalar da madeira ou o sutil murmúrio do vento fora. Eu me encontrava de pijama, sentindo os tecidos leves e confortáveis contra a pele, quando a sede me levou a uma decisão impulsiva. Levantei-me da cama, o coração acelerando com a vontade de me aventurar pela casa vazia.— Um copo de água, só isso. — Murmurei para mim mesma, tentando abraçar uma sensação de normalidade. Desci as escadas em silêncio, cada passo ressoando um pouco demais no ambiente quieto. As escadas de madeira rangiam suavemente sob meus pés descalços; a casa, com suas paredes frias e tontas, parecia me vigiar. Quando cheguei à cozinha, acendi a luz e a iluminância revelou os contornos familiares do espaço. Instintivamente, fui até a geladeira, peguei minha garrafa de água e a en
Nayole Akello Era meu último dia de férias. O sol da manhã deslizava suavemente pelas cortinas do quarto de Simba, banhando tudo com uma luminosidade dourada. A brisa fresca do interior de Malmö trazia consigo o perfume das flores silvestres, um contraste com o aroma marcado de fumaça e concreto que eu amava, mas que também cansava. Arrumar minhas coisas sentia-se como um ritual sagrado: cada peça de roupa cuidadosamente dobrada era uma despedida do que poderia ser um descanso mais longo.Estava prestes a colocar a última blusa na mala quando ouvi a voz dele, Simba, ecoando pelo corredor.- Você vai mesmo trabalhar nesse lugar onde ninguém chega?Virei-me, vendo sua silhueta contra a luz da janela, uma expressão de preocupação cravada em seu rosto. - Sim, Simba. É o meu trabalho, e já falamos sobre isso. - Não. Não falamos nada. Você quer fazer isso porque quer ficar perto de outros homens.A raiva inflamou em meu interior como uma chama voraz. Ele sempre tinha uma maneira de trans
Último capítulo