NAYOLE AKELLO
Quando acordei, a angústia ainda me envolvia como um cobertor pesado, incapaz de me deixar em paz. Eu me sentia como uma criança que tinha quebrado um vaso precioso e agora aguardava, com o coração na boca, pela representação. O medo não se esvaiu; pelo contrário, ele se aninhou dentro de mim, crescendo a cada dia em que eu me debatia com os fantasmas do meu passado.
Olhei ao redor do quarto, onde as sombras dançavam suavemente com a luz filtrada pelas cortinas. O ambiente estava imerso em um silêncio perturbador, e isso só aumentava a minha ansiedade. Devagar, levantei-me da cama, sentindo o frio do piso de madeira sob meus pés descalços. O reflexo no espelho revelou uma imagem que eu mal reconhecia — cabelos despenteados, a pele pálida e um olhar que transparecia insegurança. Uma camiseta grande de algodão e uma calça de pijama, como um abrigo contra o mundo que lá fora parecia me ameaçar.
O meu pensamento retornou à noite anterior, quando tomei a decisão de investiga