O relógio marcava quase sete da noite quando Amanda chegou em casa. Estava exausta, mas leve. O dia havia rendido. E pensar em Lucca — com vinho, velas e aquele sorriso torto que só ela conhecia — fazia seu coração acelerar como nos tempos de paixão adolescente.
Assim que a porta se abriu, um aroma quente e reconfortante invadiu suas narinas. Alho dourado, vinho tinto reduzido, manjericão fresco. A trilha sonora suave de Édith Piaf preenchia o ambiente, e ali estava ele: Lucca, de camisa branca com as mangas dobradas, um pano de prato jogado displicentemente no ombro, como se tivesse saído de um sonho bom.
— Boa noite, amor da minha vida — ele disse, abrindo os braços com aquele sorriso que desarmava qualquer defesa.
— Boa noite, meu caos preferido — ela riu, largando a bolsa no aparador e mergulhando no abraço dele.
O beijo foi lento. Quente. Denso de significados. Um pacto silencioso.
— Tenho vinho, risoto e uma surpresa pra sobremesa — ele murmurou, roçando os lábios na curva de se