O segundo dia de Amanda como CEO da Construtora Mancini começou como uma ferida aberta: exposta, dolorida, latejando. A noite anterior com Lucca havia sido um bálsamo, uma trégua entre a guerra interna e a externa. Mas trégua não é paz. E paz era artigo de luxo que o poder raramente concedia a mulheres como ela.
Às sete e meia da manhã, Amanda já estava no elevador de vidro, subindo em silêncio rumo ao último andar, o mais alto e também o mais solitário. A cidade ainda acordava lá fora, mas dentro dela o dia já ardia.
Ao chegar à sua sala, foi recebida pela secretária com olhos aflitos, postura tensa, como quem sabia que estava prestes a entregar uma bomba.
— Sra. Mancini… — a voz hesitou. — O senhor Mauro Antunes marcou uma reunião extraordinária às 9h. Não foi agendada com antecedência.
Amanda arqueou uma sobrancelha, sem se permitir demonstrar incômodo.
— Quem autorizou isso?
— Ele acionou a cláusula de urgência estatutária…
Amanda mordeu o lábio inferior. Claro que sim.
Mauro Antu