Ao voltar para sua sala, Amanda fechou a porta com mais força do que o necessário. O som seco reverberou pelas paredes de vidro e mármore como um lembrete: ela estava sozinha. E, naquele instante, no centro de um jogo sujo.
O ar parecia mais denso ali dentro, como se carregado de tensão não dita. Ela largou o tablet sobre a mesa com um suspiro entrecortado. Suas mãos ainda tremiam levemente — não de medo, mas de adrenalina. O discurso na sala do Conselho tinha sido firme e estratégico. Mas Amanda sabia: mexeu com egos acostumados à obediência, não com resistência.
Sentou-se na poltrona de couro, jogando o corpo para trás. O coração batia forte, não só pelo enfrentamento com Mauro Antunes, mas pela sensação nítida de que o que acabara de acontecer não era o fim de um conflito — era só o início de uma guerra.
Ela digitou com rapidez no celular:
“Preciso de você aqui. Agora.”
A mensagem foi para Davi Lima, o diretor financeiro. Um homem prático, analítico, respeitado entre os executivos.