Amanda entrou no apartamento com o coração disparado, como se cada batida carregasse uma bomba prestes a explodir. Fechou a porta devagar, sem fazer barulho, mas por dentro tudo gritava.
Lucca estava na cozinha, de costas, com as mangas da camisa arregaçadas, mexendo no café como se a vida fosse simples. O cheiro quente de torra fresca contrastava violentamente com o frio que se instalava no peito de Amanda.
— Precisamos conversar. — A voz dela saiu firme, seca, irrecusável.
Ele se virou. O rosto relaxado endureceu num segundo. Os olhos pousaram nos dela, tentando decifrar a gravidade no ar.
— O que aconteceu?
Amanda se aproximou devagar. Tirou o celular da bolsa como se estivesse puxando uma arma. Abriu a imagem. A colocou sobre a bancada, entre os dois, como uma sentença.
— Isso. — disse, com a respiração entrecortada. — Isso muda tudo.
Lucca pegou o celular. A imagem era clara. Nítida. Laura de mãos dadas com Gustavo Almeida na entrada de um hotel em Paris, um vestido vermelho impo