Lucca ficou parado na porta, imóvel, enquanto o táxi desaparecia no fim da rua. O som do motor se afastando era como uma sentença. As mãos tremiam. O peito doía como se algo tivesse sido arrancado à força. Amanda se foi. E não havia ninguém a quem culpar além dele mesmo.
Ela tinha ido embora... por causa dele.
Por palavras impensadas que agora pareciam facas afiadas, por decisões frias que, na época, ele achava racionais — e que agora soavam cruéis. Ele quis protegê-la de tudo, menos do próprio passado. E foi exatamente isso que a feriu.
Cambaleou ao entrar na mansão. Cada passo ecoava no silêncio cortante da casa que, sem Amanda, parecia não ter mais alma. Parou diante do sofá e viu a almofada torta, ainda com o vinco da última vez que ela esteve ali, deitada com os pés descalços, rindo de uma bobagem qualquer. Aquela risada, que antes preenchia o ambiente, agora só existia na memória. E machucava.
Sentou-se no chão, como se as pernas não o sustentassem mais. Os cotovelos apoiado