Mais tarde, sozinha no escritório de Lucca, Amanda observava a cidade pela janela de vidro. A vista era impecável, mas seu pensamento estava longe dali. Era como se, a cada passo que dava no mundo dos Mancini, um novo campo minado surgisse sob seus pés.
O som da porta abrindo cortou o silêncio.
— Preciso de cinco minutos da sua atenção.
A voz era fria, precisa. Beatriz. A irmã de Lucca.
Amanda virou-se devagar. Beatriz estava impecável como sempre — cabelos alinhados, vestido sóbrio de corte perfeito, olhar afiado como navalha. A elegância dela era de um tipo perigoso: calculada, quase letal.
— Claro — Amanda respondeu, com a serenidade de quem sabe que está prestes a entrar numa batalha.
Beatriz cruzou os braços e caminhou alguns passos à frente, como quem avalia o terreno antes do ataque.
— Quero deixar uma coisa clara. Você pode ter conquistado meu irmão mais velho com esse seu charme de garota simples... Mas eu enxergo além do seu rostinho doce e das palavras bem ensaiadas.