A noite caiu lenta sobre a cidade, envolvendo a mansão num manto de silêncio quebrado apenas pelos sons distantes dos carros e o farfalhar leve das árvores no jardim. Amanda chegou em casa com os ombros tensos, o peito em chamas. Os sapatos pareciam pesar toneladas, mas ela não os tirou ao entrar. Subiu direto para o quarto de Lucca, onde ele estava sentado na beira da cama, desabotoando os punhos da camisa.
Ao vê-la, ele parou.
— Aconteceu alguma coisa?
Ela apenas assentiu, os olhos vermelhos e fundos. Ele se levantou, preocupado, mas não disse mais nada. Amanda caminhou até ele e simplesmente se enfiou em seus braços, como se estivesse sendo puxada por um ímã inevitável. Seu rosto afundou no peito dele, e as lágrimas, antes contidas, enfim transbordaram.
— Eu fui até ela. — disse, a voz abafada. — Encarei a Vitória.
Lucca a envolveu mais forte, o coração apertando no peito. Ele sabia o quanto aquela mulher havia machucado Amanda. Sabia o quanto sua presença ainda era uma so