Vitória Mancini não era do tipo que perdia.
E definitivamente não aceitava perder para os próprios filhos.
Daniel podia ter saído da biblioteca feito um adolescente ferido, os olhos faiscando com uma coragem recém-descoberta, mas ela vira além da pose. Rachaduras.
Em Daniel, em Lucca. Em Amanda.
Rachaduras silenciosas, ainda contidas — mas com o toque certo, o tempo certo, o empurrão exato... Virariam fraturas. Irreversíveis.
Na manhã seguinte, ela não vestiu apenas roupas — vestiu sua armadura. Um conjunto bege de corte impecável, joias discretas que sussurravam riqueza antiga, e a maquiagem no tom exato entre o natural e o impenetrável. No espelho, encarou a própria imagem com frieza clínica. Se o mundo estava ameaçando se desordenar ao redor dela, então que soubesse: Vitória seria o eixo.
Às dez horas em ponto, já ocupava sua mesa na sala privativa do clube mais exclusivo da cidade. Os móveis de mogno, os arranjos de flores frescas, o silêncio absoluto — tudo ali dizia: aqui, só os