Pablo é um homem imerso em uma espiral interminável de desgraças. Ele perdeu pessoas que amava, está desempregado e sem um centavo no bolso. Parece que a vida o abandonou completamente. Mas, em meio a essa escuridão, surge uma pequena luz de esperança: um novo emprego como motorista pessoal de uma CEO arrogante. A oportunidade de trabalho surge como um raio de sol em um dia chuvoso. Pablo sabe que precisa agarrá-la com todas as forças, mesmo que isso signifique lidar com uma chefe difícil. Ele se prepara para enfrentar o desafio, colocando sua melhor roupa e ajustando sua postura. No primeiro dia de trabalho, Pablo se depara com uma mulher de presença imponente. A CEO, chamada Alicia, exala confiança e poder. Seus olhos frios e sua expressão séria deixam claro que ela não é alguém com quem se deva brincar. Enquanto conduz Alicia pelas ruas movimentadas da cidade, Pablo começa a perceber que sua vida está mudando. Ele está ganhando confiança em si mesmo, aprendendo a lidar com desafios e a superar obstáculos. O trabalho está se tornando mais do que apenas uma fonte de renda, é uma oportunidade de se reerguer ou até mesmo de se apaixonar. Se apaixonar por sua chefe.
Leer másPablo Rodriguéz
O estrondo balança tudo ao meu redor, no mesmo instante em que abro os olhos, me sentando subitamente no sofá, sinto o suor escorrer lentamente pelo meu corpo, enquanto meu coração b**e acelerado.Os pesadelos permanecem constantes e dormir se tornou meu martírio.Minha cabeça está latejando e, para piorar, tem alguém quase quebrando a minha porta de tanto bater.Me levanto e tropeço na tigela com o resto de macarrão instantâneo que está no chão. A minha sala está um lixo, vejo o resto da pizza sobre a mesinha de centro da sala e garrafas de cerveja vazias em todos os cantos.Moro em um cubículo localizado no Bronx, o apartamento é horroroso, cheio de mofo e insetos, que parecem ter superpoderes e nada mata os malditos, mas é o que posso pagar, aliás, nem isso estou fazendo já que bebi todo o dinheiro do aluguel.A batida agora vem mais forte, me deixando irritado, parece que o fato de não ouvir mais pelo lado esquerdo deixou meu ouvido bom mais sensível.— Já vou, caralho! — berro, indo em direção à entrada, já pronto para mandar a merda quem estiver ali.Abro a porta em um puxão, dando de cara com os olhos Azul s de Brenda, que me fuzilam, ela está usando uma roupa branca, que me faz pensar que ela veio direto do seu estágio.Minha irmã conseguiu, com muito esforço, uma bolsa para cursar medicina, pelo menos alguém da família não vai ter um futuro de merda.— Que merda você está fazendo? Não está pagando o aluguel? — pergunta arrancando o papel que estava colado na porta e empurrando-o contra meu peito com força, passando por mim e entrando.— Aí! — reclamo, descolando o aviso impresso e lendo-o.“Aviso de despejo.”Eu esperava que isso acontecesse, mas não imaginei que seria tão rápido, foram só dois meses de atraso.— Eu realmente não acredito no que estou vendo — fala olhando ao redor, com as mãos na cabeça.O fato de ela ser baixinha faz com que Brenda fique engraçada quando está brava. Dou risada e ela vem em minha direção, acertando um murro no meu peito, ela tem um soco dolorido então esfrego o local.— Pablo, o que eu faço com você? — pergunta.— Não sou problema seu! — respondo, perdendo a paciência.— Porra! Pablo, você é meu irmão, é claro que é problema meu — responde.— O que você faz aqui?Ela vira de costas, olhando ao redor.— Meu Deus, Pablo, olha só isso aqui, está um lixo — fala, se abaixando e pegando a caixa de pizza que tinha acabado de pisar. — São seis horas da tarde e, pelo visto, você estava dormindo, não acredito.— Não me respondeu ainda. — Cruzo os braços.— Aqui está fedendo — Tampa o nariz e vem em minha direção —, meu Deus, você está fedendo! — Reviro os olhos e respiro fundo.— Veio na minha casa para me ofender?— Vim para ver que merda você estava fazendo, já que passei no seu trabalho e adivinha só? Você não trabalha mais lá.Trabalhava na oficina de um velho conhecido do meu pai, até fui bem no começo, mas faltar no trabalho por estar de ressaca ou ir trabalhar bêbado fez com que eu fosse demitido e, no fundo, isso não me afeta mais, então dou de ombros.— Qual seu problema?— Você sabe muito bem o meu problema! — grito.— Pablo, já faz seis anos — responde, me olhando fixamente.— Seis anos no inferno! — torno a gritar, a fazendo encolher. Que tipo de homem eu me tornei? — Me desculpa. Você sabe que não quero que se meta na minha vida.— É claro que vou me meter, você é meu irmão e eu amo você — fala, me fazendo baixar a guarda.— Eu sei — respondo.— Pablo, você está prestes a ser despejado, não conseguiu ficar nem um mês no emprego e agora a vovó...Sinto meu sangue gelar.— O que tem a vovó? — pergunto alarmado.— Ela está doente, Pablo, e o que temos mal está dando para os remédios, você saberia disso se fosse nos visitar.Eu não consigo sequer encará-los, eu sou uma vergonha, não quero que eles vejam a merda de homem que me tornei.— O que ela tem? — questiono, sentindo um gosto amargo na boca.— Enfisema pulmonar e, com a diabetes, tudo fica muito pior. — E agora eu me sinto um merda ainda maior ao saber que eles não estão bem e eu só estou desgraçando minha vida. — Eu ia te pedir ajuda, mas parece que você precisa mais do que nós. — Olha mais uma vez ao redor com as lágrimas escorrendo em seu rosto e eu me sinto horrível, mais ainda, se é que isso é possível. — Me dói tanto ver você assim — a voz de Brenda está embargada.Eu perdi Clarice porque estava longe quando ela mais precisou de mim e eu não posso cometer esse erro mais uma vez, mesmo me sentindo um grande merda eu preciso tentar.— Eu vou conseguir um emprego, vou dar um jeito — falo indo até ela e segurando seus ombros.Por muito tempo eu não tinha tanta convicção em algo, as únicas pessoas que me restam precisam de mim.— Volta para casa, Pablo, por favor — pede, me abraçando.— Eu vou dar um jeito — respondo, correspondendo ao abraço.Espero Brenda se acalmar, tentando organizar meus pensamentos, talvez eu deva voltar para a casa dos meus avós, afinal, eu estou prestes a ser despejado, mas isso significa que eu tenho que ficar longe do álcool.Brenda está falando com alguém no telefone enquanto eu tento dar um jeito na sala, e ela tinha razão, está fedendo.— Pablo! — Brenda grita me assustando, fazendo que eu derrube o saco com o lixo no chão.— Hey, eu ainda tenho um ouvido bom, garota — respondo e ela ri, balançando a cabeça em negativa.— Idiota, acho que consegui um emprego para você, mas tem uma condição. — É claro que tem. — Você vai morar com a gente! — Sabia que era isso que ela diria.— Ok!— Isso é um sim?— Entenda como quiser. Onde é o emprego? Como conseguiu isso tão rápido? — pergunto desconfiado.— A irmã de uma amiga trabalha em uma empresa de contratação e conseguiu te encaixar em uma vaga.— Sei.— Pablo, pelo amor de Deus, você precisa ficar nesse emprego, é uma boa grana e vai trabalhar com pessoas exigentes — me adverte.— Isso não está me cheirando bem — verbalizo meus pensamentos.— É um ótimo trabalho, ela vai te passar tudo por telefone. Seu número ainda é aquele? Você nunca atende...— Não tenho telefone — respondo com a verdade, perdi meu celular há uma semana, enquanto estava chapado.— Meu Deus, como você não tem um telefone?— Perdi.— E diz isso na maior naturalidade?Dou de ombros.— Que trabalho é esse? O que tenho que fazer? — pergunto.— Você vai ser motorista de alguma dondoca, vou pedir para Alisson me mandar tudo, mas agora arruma suas coisas para sairmos desse chiqueiro — intima.Eu tentaria dar uma chance para esse trabalho, mas se alguma riquinha tentasse me fazer de capacho eu daria o fora e arrumaria outra coisa.Preciso dar um jeito na minha vida, ou pelo menos tentar, não é por mim, mas por quem ainda se importa comigo.Alicia Pamuk — Somos nós — quase grito, indo em direção ao homem.— Como meu neto está? — Angela se apoia em meu braço e o médico dá um sorriso simpático.— Removemos a bala, por sorte ela não atingiu nenhum órgão vital. Estávamos esperando Pablo acordar da anestesia. Um sorriso se forma em meus lábios, junto com a sensação de alívio.— Podemos vê-lo? — Brenda pergunta.— Uma pessoa por vez — alerta.Não iria pedir para passar na frente da sua família.— Pode ir, filha. — Angela faz um carinho em meu braço.— A senhora tem certeza? — Vai, Alicia — Brenda diz impaciente e então sigo o médico.— Eu volto logo — digo me virando para trás.Entro no quarto, vendo Pablo escorado na cama, e corro até ele, eu quero abraçá-lo, mas tenho medo de machucá-lo. Ele está pálido e usa uma bata sem mangas do hospital, o curativo no ombro é maior do que eu imaginei. Seguro sua mão e dou um beijo rápido em seus lábios.— Está sentindo dor? — pergunto, passando os dedos por seu braço.— Você está de p
Pablo O trânsito tranquilo aparentemente vai permitir que eu chegue rápido no prédio de Alicia , estou ansioso para pedir perdão a ela e prometer que nunca mais a deixaria sozinha. Brenda está me ligando sem parar e me pergunto o que ela quer com tamanha urgência, aproveito que paro no farol para atender a sua ligação.Tenho uma sensação estranha.— O que foi, Brenda? — bufo.— Tem algo de errado, Pablo, tem algo de errado... — Ela está nervosa e sinto um calafrio.— O que está errado, Brenda? Está me assustando — digo firmemente. — A Alicia , Pablo, eu estava com ela no telefone... — ela fala tão rápido que custo a entender. Vejo o sinal abrir e tenho a sorte de encontrar um lugar para estacionar em frente a um quiosque.— Fale com calma, por favor — Ouço-a respirar pausadamente.— Eu estava com Alicia no telefone, dizendo que você tinha percebido que fez besteira e que estava indo vê-la. — Começo a me irritar.— Não tinha que fazer isso... — meu tom de voz deixa claro meu desagra
Alicia PamukMeu corpo ainda está tremendo, o nó em minha garganta me sufoca. Eu quero chorar e desabar. Estava tudo perfeito e Paul tinha que aparecer para estragar tudo. Por que ele não consegue me deixar em paz? Por um momento, pensei que ele tinha desistido, ido viver a sua vida de merda e me deixado em paz. O silêncio dentro do carro é sepulcral. Brenda está assustada, as mãos de Pablo estão sujas de sangue e ele sequer olhou em minha direção, sua mandíbula travada deixa claro que ele ainda está com muita raiva e sei que as palavras ditas por Paul o afetaram, tenho medo de pensar no que elas podem ter causado, tenho medo de ele abrir mão de nós. Não quero pensar na possibilidade de Paul ir até polícia por conta da sua cara destruída. Não posso negar que vê-lo naquele estado foi satisfatório, me arrisco a dizer que não foi nem um terço do que ele merece. Passo as mãos suadas pelo tecido do vestido, puxando o ar com força. Fecho os olhos e tento me concentrar na minha respiraç
Alicia Pamuk Estou mais nervosa do que parece, talvez nunca tenha ficado tão ansiosa por um lançamento, não só pelo fato de estar colocando no mercado uma linha de produtos mais acessível, mas também por ser o primeiro evento que vou estar oficialmente com Pablo Rodriguéz ao meu lado.O frio na barriga é recorrente. Deixei toda a organização do lançamento aos cuidados da equipe de marketing e de Mili e, mesmo tendo aprovado cada detalhe, o medo de não sair como planejado ronda a minha mente. Me despeço dos profissionais do salão de beleza e saio, sabendo que Pablo me espera no estacionamento, então meu coração começa a acelerar do nada, mas percebo que ele só estava antecipando minha reação ao ver Pablo de smoking. Meu único desejo nesse momento é sentar nesse homem. Como ele conseguiu ficar ainda mais gostoso? Ele se aproxima e sinto minhas pernas virando gelatina.— Meu Deus, como você está linda! — Seus olhos brilhando me faz crer que ele gostou do meu vestido preto, um que D
Alicia PamukUm mês depois.Minhas mãos estão suando e praticamente escorregam no volante, minhas pernas tremem e eu não sei como estou conseguindo tal façanha.Volto a repetir o mantra na mente: É só um carro, não preciso ter medo.Sinto a mão de Pablo sobre a minha coxa, um sinal de que já fiz o suficiente, então eu paro, mas meu coração ainda está acelerado e duvido que diminuirá o ritmo.— Quase um quilômetro, amor. — Ele puxa meu rosto e beija minha testa, então segura minha mão e me encara. — Estão suadas — digo sem graça, mas ele se abaixa e beija cada uma delas.— Não precisa ter medo, é um processo lento, mas você já conseguiu muito. Quase um quilômetro, eu estou orgulhoso. — Sorri.Há três semanas, Pablo tem me levado até uma estrada isolada com o objetivo de fazer com que eu volte a dirigir. Eu voltei para a terapia e acabei comentando com ele sobre a sugestão em uma sessão sobre superação de traumas, aonde a terapeuta falou sobre enfrentar um dos maiores causadores, e é c
Alicia PamukMinha boca está seca, estou com medo da conversa que terei com meu pai, mas decido confiar em Pablo, ele parecia certo de si quando disse que tudo ficaria bem.— Sobre o que quer conversar? Deve ser algo muito importante para fazer você vir aqui tão cedo. — Cruzo os braços e ele ajeita a postura. — Sua mãe me contou que veio aqui ontem — diz e rio sem humor.— Então é esse o motivo da visita? Minha mãe? Você veio me expulsar daqui ou dizer para eu sair da empresa? — Filha, você entendeu errado... — Não entendi nada errado! Minha mãe prometeu e o senhor veio cumprir. E quer saber? Eu vou me virar sozinha — afirmo, sentindo um nó se formar em minha garganta.— Alicia , me ouve...— Ouvir o que, papai? Que minha mãe não queria ter dito aquilo? Que no fundo ela é uma boa pessoa? ELA NÃO É! — grito, fazendo Stark latir assustado.— EU PEDI O DIVÓRCIO! — ele grita, me olhando fixamente.Paro, pensando se ouvi corretamente o que ele acabou de dizer.— O senhor fez o quê?— Eu
Último capítulo