Capítulo 26
Mariana
Eu ainda estava na janela quando o celular vibrou sobre a mesa. Tinha acabado de terminar minha primeira sessão com a psicóloga, e tudo dentro de mim parecia estar em suspensão, como se meu coração tivesse mergulhado num lago calmo depois de meses enfrentando tempestades.
Pisquei devagar, respirando fundo. O céu começava a escurecer de novo, o relógio no canto da tela do computador marcava quase sete da noite. Me sentei no sofá, ainda com a mente flutuando entre os pensamentos provocados por aquela conversa.
Foi quando ouvi o som da notificação.
Peguei o celular, sem muita pressa. Mas assim que vi o nome dele, meu corpo inteiro respondeu como se tivesse sido puxado por dentro.
Henrique:
“Você está em casa? Posso te ver hoje?”
Li e reli a mensagem como se as palavras tivessem um peso secreto que eu precisava decifrar. Meus dedos pararam acima do teclado por um instante. Pensei em não responder na hora. Fingir que estava ocupada, impor um certo tempo, aquele tipo de