Capítulo 25
Mariana
Às 18h em ponto, a imagem de uma mulher apareceu. Ela tinha olhos gentis e um cabelo castanho claro preso num coque baixo. Usava uma blusa bege simples, e o fundo do cômodo onde estava era claro, acolhedor — uma estante de livros, uma planta ao lado. Tudo ali passava calma. E eu precisava dessa calma como quem precisa de ar.
— Olá, Mariana — ela disse com um sorriso pequeno. — Seja bem-vinda.
— Oi — respondi, baixinho.
— Fica tranquila. Este é um espaço seu, e você pode usar como quiser. Tudo que for dito aqui é confidencial. Vamos no seu tempo, tá bem?
Assenti com a cabeça. Havia algo no tom dela que me desarmou. Como se ela falasse com o lado mais escondido de mim — aquele que ninguém via.
— Você quer me contar um pouco sobre o que te trouxe aqui?
Hesitei. Olhei para o teto, para o caderno fechado ao meu lado. Meus dedos se entrelaçaram no colo. E então, comecei.
— Eu... eu acho que tô meio cansada. Mas não é aquele cansaço físico, sabe? É como se eu estivesse ca