Caius Varella
Acordei antes dela.
O corpo ainda doía daquele jeito gostoso que só vem quando a gente esquece do mundo na pele do outro.
Mas a cabeça...
O peito...
Era outro campo de batalha.
Levantei devagar, puxei ela pra mais perto, encaixei no meu peito. Selene resmungou algo incompreensível, jogou a perna por cima de mim, como quem diz sem palavras: “Fica. Só mais um pouco.”
E eu fiquei.
Por alguns minutos.
Só ouvindo a respiração dela, contando cada segundo como quem segura um fio antes do precipício.
Mas o mundo não para.
O problema não espera.
Quando ela abriu os olhos, me olhou daquele jeito que só ela sabe — mistura de abrigo e fogo — e sussurrou:
— A gente tem guerra hoje.
Beijei a testa dela.
— Então vamos, amor. Porque eles não estão prontos pra gente.
***
O elevador da sede principal da Castiel Group parecia menor hoje.
Ou talvez fosse só o peso dos olhares.
Da tensão.
Da certeza de que o dia ia ser... divisor de águas.
Selene estava ao meu lado. Salto ba