POV Selene Castiel
O som das sirenes ainda ecoava no meu ouvido. Uma sinfonia distorcida de urgência e caos. O zumbido da cidade desaparecia ao fundo, abafado pelo barulho do meu próprio sangue pulsando nos ouvidos. Eu era movida como um corpo entre mãos alheias, sobre uma maca dura, enquanto a luz do hospital me cegava em flashes. Clarões. Brancos. Impiedosos.
O ar cheirava a álcool e sangue seco. A pele ardia onde ele me tocou. Onde ele me machucou. E as dores... vinham em ondas. Primeiro físicas. Depois emocionais. Uma memória ruim por segundo. O cativeiro. As correntes. O gosto metálico do medo.
Mas o que mais doía... era o coração. Não o órgão. O centro. O lugar onde mora o amor — e que agora estava trincado, afundado num trauma que eu não sabia como nomear.
Minhas mãos buscavam por algo. Refúgio. Âncora. E logo encontraram.
Caius.
Sua mão segurava a minha como se, se soltasse, o mundo acabasse.
Os olhos dele — vermelhos, úmidos, violentos de raiva, exaustos de alívio. A barba po