Selene Castiel
Passei o resto do dia naquele quarto como uma prisioneira de luxo. Imobilizada pelo tornozelo, limitada pela raiva. E com o nome dela pulsando dentro da minha cabeça como uma campainha incessante:
Clara.
Ele não explicou.
Não justificou.
Não se desculpou.
E isso me incomodou mais do que eu gostaria de admitir. Não porque eu precisava de satisfação. Mas porque eu odeio não saber quem está jogando no tabuleiro.
A mulher tinha um nome. E um peso. E ele sentiu. Eu vi.
Agora era noite. Caius estava na sala, revisando relatórios com aquela concentração que irrita e hipnotiza ao mesmo tempo. Dona Nair passou mais cedo para ver se eu precisava de algo, e eu menti dizendo que estava tudo sob controle.
Nada estava sob controle.
Naveguei pelo celular, fingindo desinteresse, mas a mente estava longe. Eu podia escrever um dossiê sobre ele, mas Clara era um buraco na minha investigação.
Quem é ela? O que foi? O que sobrou?
Por fim, não aguentei. Chamei:
— Caius?
Ele apareceu na porta