Selene Castiel
Acordei com o peso.
Não da dor no tornozelo. Não do cansaço. Mas o peso morno e firme do braço dele... sobre a minha cintura.
Caius.
A primeira coisa que senti foi o calor. Não do sol que ainda dormia lá fora, mas do corpo dele, colado ao meu, como se tivéssemos sido feitos num molde que encaixa só no escuro. O quarto estava silencioso, abafado naquela penumbra de início de manhã, onde tudo parece sonho e quase nada faz sentido.
Eu nem lembrava do momento exato em que dormimos assim. Só me lembro da dor me acordando no meio da madrugada, e da voz dele sussurrando que estava ali. Dos braços que me embalaram com mais paciência do que alguém como eu merecia.
Agora, estávamos presos nesse encaixe involuntário. O peito dele contra minhas costas. A respiração dele na curva do meu pescoço. E a mão... A mão que descansava com uma naturalidade absurda sobre o meu ventre, como se aquele fosse o lugar dela desde sempre.
Fechei os olhos de novo.
Só por um segundo.
Só pra sentir.
Ma