Mundo ficciónIniciar sesiónBeatriz é bilíngue, recém-formada em Letras e filha de uma promotora e de um juiz federal conhecido por combater redes criminosas. Criada entre livros, valores éticos e um senso profundo de justiça, ela jamais imaginou que seria vítima do mesmo tipo de crueldade que seus pais passaram a vida tentando combater. Ingênua, mas sonhadora, aceita um convite tentador de Dani, uma amiga de confiança de sua mãe, para fazer um “estágio internacional” nos Estados Unidos. Mas tudo era mentira.
Leer másEpílogo – Quando a ficção vira alertaA cena se passa à tarde, no jardim onde todos estão reunidos. O sol já declina, lançando um brilho suave sobre os rostos. A família que era apenas uma esperança, agora respira, cresce e existe. Mas os personagens são fictícios — o cenário, não.1. A realidade é ainda mais dura que a ficçãoNos tornamos cúmplices do silêncio que marginaliza a dor de milhões. Em 2021, as estimativas mais confiáveis apontam que 50 milhões de pessoas viviam em condições de escravidão moderna, incluindo trabalho forçado e casamento forçado .Dessas, 27,6 milhões eram vítimas de trabalho forçado, e 22 milhões, de casamento forçado . Situações que, em sua maioria, duram anos — quando não para a vida inteira .Mulheres e crianças são os alvos preferenciais. Dados da UNODC mostram que 38% das vítimas detectadas de tráfico em todo o mundo entre 2020 e 2023 eram crianças, com 22% sendo meninas e 16% meninos .Além d
Encerramos esta novela com a família reunida, mas não com os olhos fechados. A paz que Beatriz e Dereck construíram é real, conquistada dia após dia; porém, ela não apaga a noite que ainda recai sobre milhões. Esta história foi, desde o primeiro capítulo, um chamado: olhar de frente o que tantas vezes é maquiado pelo entretenimento e pelos ciclos apressados de notícias.No mundo, a escravidão moderna — que inclui trabalho forçado e casamento forçado — atinge 50 milhões de pessoas num dia típico, segundo a estimativa conjunta mais aceita internacionalmente. Destas, 27,6 milhões estão em trabalho forçado e 22 milhões em casamentos forçados. É como se uma em cada 150 pessoas estivesse presa a alguma dessas formas de exploração. A fotografia por trás dos números é contundente e, ao mesmo tempo, desigual entre regiões. Em trabalho forçado, a Ásia-Pacífico concentra o maior número absoluto de vítimas, enquanto os Estados Árabes têm a maior prevalência por popu
Epílogo – Quando o amor e a fé vencemO sol dourava o pátio da grande casa onde, naquela tarde, todos haviam se reunido. O clima era de reencontro, mas também de gratidão. Havia algo de sagrado em cada abraço, cada olhar.Dani e John chegaram de mãos dadas, como sempre desde o dia em que suas vidas haviam sido poupadas e transformadas. Dani, agora com os cabelos longos presos em um coque simples, vestia-se de forma discreta e elegante. A mulher que outrora carregava um olhar cansado e perdido hoje tinha nos olhos a serenidade de quem encontrou seu propósito. Ao lado de John, ela exalava paz.Suas filhas, Ellen e Bella, já jovens adultas, estavam formadas e sorridentes. Ellen, com o jaleco branco de psiquiatra, havia seguido a vocação de entender as feridas da alma. Bella, psicóloga, dedicava-se ao atendimento de vítimas de tráfico humano e suas famílias. Elas trabalhavam juntas em um projeto que alcançava jovens de várias partes do país, oferecendo apoio,
Um ano havia se passado desde aquele dia que mudou para sempre a vida de Beatriz e Dereck. O tempo voou entre mamadeiras, risos infantis e noites mal dormidas, mas cada momento tinha valido a pena. Os gêmeos, agora com um ano, estavam fortes e cheios de energia, prontos para conquistar o mundo com seus primeiros passinhos inseguros e sorrisos travessos.O grande jardim da propriedade estava impecavelmente decorado para uma dupla celebração: o aniversário de um ano dos pequenos e a renovação dos votos de Beatriz e Dereck. A cerimônia seria simples, mas carregada de significado, reafirmando a promessa que haviam feito no passado — agora fortalecida pela família que construíram juntos.Linda, já oficialmente adotada por Dereck e Isadora, vestia-se com orgulho para seu papel como pajem ao lado de Lillie. Ambas estavam lindas, com vestidos claros e delicados, segurando pequenos cestinhos de pétalas. Era impossível olhar para elas e não sorrir, sentindo a pureza daquele
Os dias seguintes foram de aprendizado e adaptação, mas também de uma união inesperada. A atitude firme de Linda, colocando-se à frente de Lillie sem hesitar, deixou em Beatriz uma mistura de gratidão e respeito. Aquela cena se repetia em sua mente como prova de que, em meio a tantas perdas, ainda havia lealdade verdadeira.O tempo passou, e a vida encontrou um novo ritmo. Meses se sucederam com avanços, pequenas vitórias e uma paz relativa que todos aprendiam a valorizar. Quando o inverno deu lugar à brisa suave da primavera, os gêmeos já estavam fortes, saudáveis e prontos para receber visitas — um momento que simbolizava não apenas crescimento físico, mas a superação de um dos períodos mais difíceis que Beatriz e Dereck haviam enfrentado juntos.A tarde avançava lentamente, tingindo o horizonte com tons dourados e alaranjados que se refletiam sobre as copas das árvores. O som do vento suave entre as folhas trazia uma sensação de paz difícil de descrever. No jard
Beatriz ajeitou um dos bebês, que já soltava o seio satisfeito, e olhou para Dereck.— E como está indo o tratamento da Linda?Ele sorriu de canto, ajeitando a manta sobre o outro filho.— Ela já lembrou o nome verdadeiro… mas não quer ser chamada por ele. Prefere que todos a chamem de Linda. E quando formos registrá-la oficialmente, vamos colocar “Linda” como nome. É assim que ela se sente segura.Beatriz concordou lentamente.— É o nome que a acolheu… é justo.— Exatamente — ele continuou. — E a escola já sabe disso. A mãe também pediu que continuassem chamando assim.Ela mordeu o lábio, pensativa, e então perguntou:— E a Mari?Dereck suspirou, como quem pesava cada palavra.— A Mari… é muito reservada. Os traumas… pelo que ela passou… ela superou muito, mas ainda carrega marcas. Ela contou quantas violências sofreu, e… isso aí, amor, só o tempo vai curar. Ela continua com o psiquiatra e o psicólogo.— Tadi






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