Na manhã seguinte, o vento fresco entrou pela janela da sala, balançando as cortinas como se quisesse acordar a casa inteira.

Mila sentou à escrivaninha com uma xícara de chá e o notebook aberto.

Toto, que agora já tinha seu canto oficial perto da porta, a observava com um olho meio fechado, como se quisesse garantir que ela não fosse fugir dali.

O projeto da editora estava organizado em pastas:

📁 Lugares Históricos

📁 Histórias e Memórias

📁 Tradições

Ela passou os olhos pelas anotações e pensou em tudo que ainda queria descobrir.

O castelo antigo.

A padaria comunitária que Blerim tinha contado.

A colina onde, segundo a vizinhança, as mulheres iam colher ervas medicinais todo verão.

Eram tantos caminhos.

Mas, pela primeira vez, ela não se sentia intimidada.

Era como se o trabalho fosse só uma extensão natural da vida que ela já estava construindo.

No meio da manhã, ouviu passos no pátio.

Blerim apareceu na porta segurando um maço de flores silvestres, tão frescas que ainda pingavam