A mesa era comprida, coberta por uma toalha florida que parecia ter sido herdada de muitas gerações.
Valdete colocou uma travessa fumegante de byrek bem no centro e bateu palmas, chamando a atenção de todos.
— Antes de comer, quero dizer que é bonito ver essa mesa cheia. — Ela olhou em volta, os olhos marejando de alegria. — Que a Mila e o Blerim sejam bem-vindos, hoje e sempre.
Mila sentiu um calor no peito tão intenso que quase não conseguiu responder.
Blerim apenas passou a mão pelo braço dela, num gesto que dizia tudo sem dizer nada.
— Obrigada — disse Mila, a voz baixa, mas firme. — Por nos receberem assim.
Durante o jantar, ela descobriu que conhecia menos sobre aquele lugar do que imaginava.
O homem sentado à direita — um senhor de bigode branco chamado Ilir — contou que a casa que hoje era dela tinha sido, muito antes, uma pequena escola de alfabetização.
— Era a única da região — disse ele, enquanto partia o pão. — Eu aprendi a ler ali.
Mila olhou em volta, surpresa.
— Eu não